segunda-feira, 30 de março de 2009

Ética e Alfabetização

Acabei de notar, com grande autoridade, que os documentos que regem a ética e as regras, tais como Códigos de Ética, estatutos e regimentos, tem tanta valia quanto as excretas do meu organismo.

O válido é a (con)vivência, a prática. De nada servirá rolos de papéis (higiênicos), os quais tudo dizem, mas nada orientam (fazem) verdadeiramente.

Chego a sentir pena de quem efetivamente perdeu tempo refletindo sobre o que devia estar escrito naqueles escritos que alguns gatos precariamente pingados verificariam.

O trabalho neste sentido deve ser poupado para que possa ser imprimido em ações práticas. Estas devem ser regidas por normas, sim, mas concisas, simples e óbvias. A segragação, o detalhamento e a especialização exacerbados provocam mais confusão do que esclarecimento.

Ah, se todos os que gastaram valiosas horas, talvez dias, de suas vidas formulando regras, códigos, estatutos e regimentos canalizassem suas energias para ações de cunho prático e efetivo. Que orgulhosos arqueiros seriam, maravilhados com o novo alcance de suas armas!

É, parece-me que entendi o modo de alfabetizar adultos do Paulo Freire.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Sonho acordado

Eu sonhei que você me levava pra casa. Sonhei com uma terra distante, em que a gente pulava e se abraçava. Não havia mais nada, nem o tempo. O sempre e o agora se confundiam e ninguém se importava com isso. Havia música de todo tipo e ela sempre agradava. Não havia peso e a gente não se cansava. Tudo era puro e bonito.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Fuga

(I)

Dizer-vos-ei, pois

Caso ainda não tenham descoberto por conta própria
Ou mesmo com a ajuda de terceiros

Que por vezes - que mais parecem infinitas
É superior
(Leia-se melhor)
Existir na superficialidade profunda
Falo da entorpecência
Do distanciamento das realidades
Mas também da morte

Não que esta última não seja benigna
Mas na ausência da mesma
Vale a pena

Quando sua pele mais parece um jardim
Quando já não se pode dar nós
Ou desfazê-los
Quando todo resquício daquilo que existe é facilmente substituído
Por aquilo que Erasmo amava
Ou fingiu amar
Por aquilo que Lou Reed canta em Heroin

Por tudo o que não é normalmente

Quando o sangue esquenta
A ponto de causar suor,
Vigor, rugas, rancor,

Veloz, Veloz, Veloz!
Subindo cada vez mais
Frenético, teimoso, ignorante!
Ofensivo, opaco, indefinível!

Saia, diabo!

SAIA!

...

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Abraça
Afasta
Adaga
Afaga
Acaba
Amarga

Apaga

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Territorial Pissings

"Come on people now
Smile on your brother
Everybody get together
Try to love one another
Right now"

gritos, gritos, gritos, gritos, gritos...

Gritos











...

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Feliz...


Natal sem talento.

Manco.

Ps.: A foto é em homenagem à forma de arte que mais me aproximei neste ano: a escrita.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Retrato

"Era um homem sem cidade ou tribo, condenado a perambular perpetuamente, vivendo de expedientes, que muitas vezes eram produto de uma mente confusa, e dependendo da misericórdia de estranhos; um homem alquebrado, sem esperanças ou sonhos."

Parte do livro Roma, de Steven Saylor.

Um retrato, simplesmente.

Um retrato.

Daqueles que eriçam os pêlos da nuca
E erradicam qualquer sensação
De crença no bom
No gostoso
Daqueles que fazem empalidecer.

Um simples retrato.